Vem Alice

Em mais de uma oportunidade nas conversas pós-jogo, nas jantas, nos hotéis onde se reuniam alguns mustelas o assunto do quadro "Vem Alice" do Globoesporte vinha a tona e numa dessas fizemos o cadastro no portal do programa. Isso aconteceu em Janeiro deste ano (2014).

Pois bem, passaram-se os dias, todos envolvidos com o Deportivo Mustela seus problemas e seus jogos afinal tínhamos uma foto quase nova para 2014. A temporada de 2013 beirou a catastrofe e muita gente abandonou o barco seja por qual motivo.

Mas o fato é que equipe e ânimo renovado, os resultados começaram a fluir um pouco melhor e chegamos no final de abril. Eu, Danei Lahm que havia feito o cadastro no quadro, estava em Criciúma (SC) quando pelo manhã do dia 25 de abril de 2014 toca o celular, um número restrito. Quase nunca atendo números restritos, embora fosse horário do intervalo do treinamento que participava, ainda agora não sei dizer o que me fez atender naquele momento.

Era da assessoria do quadro Vem Alice do Globoesporte, para verificar se ainda estávamos afim de participar do quadro. Ora, afim estava, mas naquele momento a surpresa era tanta que não sabia nem como começar. Inicialmente fui informado que nos sábados era muito dificil porque havia toda a programação dos jogos de campeonato.

Eu que já pensava no jogo do dia 26 contra o time de Veteranos do E.C, Avenida de Santa Cruz do Sul(RS), jogo bom, contra o time do Paulo Brito (colega da Alice), Arena Mustela "lotada" tomei a primeira ducha de agua fria. Tínhamos que fazer um jogo, pensei o que fazer nessas alturas, vamos para o Chuta-Chuta que foi onde nasceu o Deportivo Mustela, seria uma boa e até facilitaria para contar a história. Mas não era o "habitar" do Furão Tricolor.

Eis que Deus ajuda os bons, pensei. E quase as 13 horas do mesmo dia, a assessria do programa liga novamente acenando com a possibilidade de a visita da Alice Bastos Neves a Bento Gonçalves(RS) e a gravação do programa fosse realizada na quinta-feira, dia 1º de maio a tarde, por volta das 16 horas. Nessas alturas, eu que já havia comentado a possibilidade com o restante da diretoria nem cabia mais em mim diante da possibilidade.

Aí começou a correria, no sábado antes do jogo, fizemos uma reunião com os atleta e demais sócios se todos eram de acordo e estariam dispostos a cooperar, unanimemente todos prontamente concordaram. Pois bem, a semana começou e descobrimos que a ansiedade nem se justificava pois sequer sabíamos para onde correr, o que será que a Alice gostaria de ver do Furão? O que fazer? Eram ao mesmo tempo tantas idéias e tão pouca certeza do que fazer. Estávamos tão desorganizados que sequer fizermos uma reunião, foi tudo na base do e-mail.

Começaram as decisões e uma bem abrangente "levaremos tudo o que temos de material e a Alice e sua equipe poderá escolher o que achar que é interessante para o quadro". Dito e feito, foi assim que o bandeirão foi para o alambrado do São Paulo do Borgo, todas as camisas e uniformes de jogo expostos, quadros, produtos, ingresso de festa passada, a camisa 7 imortalizada pelo Tarciso... tudo lá, inclusive a torcida.

Ahhh a torcida! Durante esse periodo de ensaio, notícias, especulações não houve quem duvidasse da vinda da apresentadora. E mesmo quem como eu falou com a equipe tinha algum receio, por exemplo, chovera no dia anterior e será que isso não vai nos atrapalhar? Bem segui para Bento Gonçalves, almoçamos juntos eu, o Rafael, as esposas na casa do Seu Gilberto. A ansiedade era algo indescritível e generalizado. Pensávamos em combinar um monte de coisa e no fim tudo ficou onde estava.

Pouco depois das 14 horas, Alice - ela mesmo, a própria liga pedindo como estava a cidade, o clima e que estava saindo de Porto Alegre(RS). Pensei comigo, agora é a hora da torcida. Peguei o celular e fiz o chamamento final, convocando atletas para que avisassem e trouxessem esposas, filhos, amigos, vizinhos, conhecidos, cachorros, papagaios, o que tivesse porque a Alice estava a caminho da Arena Mustela.

Pouco depois das 16 horas ela chegou, demonstrou logo a pessoa maravilhosa que é, muito simpática, atenciosa e o resultado é o que pode ser conferido no vídeo abaixo.

Terminada a gravação, a turma parecia torcida que ganha título: Não quer ir embora do estádio. Ficamos por lá, compramos carne e bebidas e para variar saiu mais uma confraternização do Furão Tricolor.

Foi assim que vi, em 15 dias o Deportivo Mustela sair de um ciclo, sempre comentamos que a sua existência é feita de ciclos, subir vários degraus e iniciar um novo ciclo. Essa foi a minha percepção desse caminho que se iniciou no dia 25 de abril de 2014 e que não tem data e nem local para terminar.