Na antiguidade, o gesto histórico do Rei Leônidas I, impedido de guerrear por ocasião da festa religiosa da Carneia em Esparta, diante de uma mensagem ofensiva do Rei persa Xerxes reuniu 300 homens de sua guarda pessoal e diz que vai dar um passeio, mas na verdade vai ao encontro das linhas inimigas ficou marcado como sendo a Batalha das Termópilas e foi parar nas telas do cinema.
Neste sábado, a equipe do Furão Tricolor tentou realizar uma façanha semelhante, claro nem precisou mentir que iria dar um passeio até porque não estava em período de festa religiosa, e ao invés de 300 eram apenas 12 mustelídeos mas a resistência foi brava. A série de desfalques para o sábado minou a força do Furão Tricolor que se viu obrigado a fardar apenas 12 atletas, compromissos particulares, profissionais e lesões reduziram muito as opções no banco de reservas do tricolor e fez o campo do estádio dos Eucaliptos alongar e a força do adversário aumentar no segundo tempo na abafada tarde de sábado em Ivoti(RS).
Mas os 12 que estiveram em Ivoti, apesar do resultado saíram fortalecidos e fizeram um belíssimo papel honrando o manto tricolor do Deportivo Mustela. A estratégia foi de cadenciar o jogo até porque o time vinha de um jogo em Casca onde a temperatura e o frio era de amargar e chegava em Ivoti após uma pancada de chuva, clima abafado e calor de 30 graus, seguramente uma variação de 25 graus de um jogo para outro.
E a estratégia inicial deu certo, no primeiro tempo o adversário teve poucas chances de pressionar e o time da serra conseguia sair jogando com toques pelas laterais do campo. O pecado maior eram algumas alongadas de bola no ataque que davam pouco resultado prático. Mesmo assim, bastante cedo o Furão conseguiu abrir o placar, em uma jogada rápida de contra-ataque o camisa 16, Marcelo foi lançado e na saída do goleiro colocou a bola bateu no travessão e no rebote, Vilson tocou para o gol fazendo 1 a 0 para o Mustela.
O gol deu novos contornos ao jogo, e o Deportivo Mustela que já era cauteloso ficou ainda mais sempre posicionado atrás da linha da bola buscando a melhor oportunidade para atacar. O adversário também não conseguia penetração na área tricolor e passou a chutar de fora da área ameaçando o gol do gigante Diego. Mas o jogo estava tranquilo, até que um descuido no final do primeiro tempo foi fatal. A bola foi lançada com perfeição e o camisa 22 do S.C. Ivoti partiu em velocidade pela esquerda e venceu a dois marcadores batendo na saída do goleiro Diego para empatar a partida.
Era o apagar das luzes do primeiro tempo, um castigo muito grande para o Furão que fazia boa partida até aquele momento. Querendo ou não o gol no final do primeiro tempo foi uma ducha de agua fria e o time do Deportivo voltou para o segundo tempo desatento e logo no inicio da etapa complementar a bola foi lançada para a entrada da grande área, o centroavante fez o papel do pivô, como no futsal e rolou para trás para o seu meia cancha que vinha livre, ninguém o acompanhara. Este pegou um chute de rara felicidade no ângulo superior direito do goleiro Diego que nada pode fazer, era a virada do S.C. Ivoti.
O gol desestabilizou o time, e na busca da reação, o cansaço pelo número reduzido de jogadores começou a se fazer sentir. E numa saída de bola da defesa, o erro de passe e o contragolpe e ai entrou em cena a arbitragem. Como senão bastasse o dia não ser o mais favorável, o cenário do jogo não estar de acordo o árbitro marcou pênalti num lance em que o adversário se joga no chão antes do defensor Rafael armar o carrinho. Até os jogadores do adversário comentaram a encenação e o erro do juiz. Mas juiz erra e acerta e isso vai ser em todo o lugar, em todos os níveis de futebol seja profissional, seja várzea. O camisa 9 bateu forte, seco no meio do gol com o goleiro Diego caindo para o canto esquerdo, era o 3 a 1 que praticamente sepultava as chances do Deportivo Mustela no jogo.
O lance do pênalti perturbou o juiz que passou a errar lances simples, nada que interferisse no resultado do jogo mas visivelmente ele se perdeu no controle do jogo ainda bem que tanto o time da casa que estava vencendo como o Mustela estavam ali para jogar bola e por isso mantiveram o foco no jogo sem perder a linha ou o espírito desportivo. O Furão ainda perdeu pelo menos duas boas chances de diminuir e ganhar uma nova vida no jogo mas não foi efetivo e no final o time da casa ainda faria o quarto gol depois de uma bela jogada pela direita e no cruzamento novamente o camisa 22 fechou no segundo poste completamente livre para fechar o placar.
Mesmo jogando com um ritmo mais cadenciado no segundo tempo o time do Ivoti chegou aos 4 a 1 , mas bastante em função dos erros do time bentogonçalvense. Ainda assim, há que se ressaltar a bravura e o empenho dos atletas que foram a Ivoti e como falou o atacante Marcelo, “apesar do resultado, hoje (sábado) não há criticas a serem feitas aos que fardaram e honraram a camisa do Deportivo Mustela”.
Após o jogo, participamos de uma confraternização que é de fato a parte mais importante de um evento dessa natureza, juntamente com o time da casa. Houve até uma troca de presentes entre onde o camisa 3, Lahm do Deportivo Mustela recebeu para a sua coleção uma peça inédita que é a camisa do S.C. Ivoti com o escudo antigo (igual ao do S.C. Internacional porem em azul) e que não pode mais ser utilizado pelo clube. Em troca, deixou uma camisa da nova coleção, a 7 assinada pelo Tarciso – Flecha Negra, do uniforme 2013/2014 que ainda nem foi inaugurado em campo.
No próximo sábado o Deportivo Mustela volta a campo na cidade de Gramado(RS) contra o pessoal do Retranca, quando esperamos que o tricolor consiga a reabilitação.